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Foto do escritorJorge Tinoco

ARGAMASSAS A BASE DE CAL

Atualizado: 6 de fev. de 2024


Caieira do séc. XIX no Sítio do Físico, em São Luiz do Maranhão

Devido ao interesse despertado pelo uso de materiais novos, compatíveis em obras de intervenção e restauro de patrimônio cultural, no final da década de 1990 , o conhecimento básico dos materiais e técnicas tradicionais da construção passou a ser indispensável ao gestor de restauro. As práticas de intervenção atuais, que possuem como foco a mínima intervenção necessária, visam garantir a permanência da autenticidade do bem cultural, porém prevê também que se realizem as inserções possíveis para garantir cada vez mais a manutenção de sua integridade física. Neste sentido, quando se busca resgatar as técnicas construtivas tradicionais da Arquitetura Brasileira, deve-se partir da história dos materiais utilizados, da fonte de sua matéria prima (argamassas a base de cal) e das respectivas técnicas de produção, a partir do conhecimento de uma bibliografia consistente e da atuação de profissionais mestres artífices.


Img.: Caieira do séc. XIX no Sítio do Físico, em São Luiz do Maranhão. Existia uma semelhante em Olinda (PE) no Forno da Cal que, construída no séc. XVI, resistiu até a década de 1970.


Até a década de 1960, no caso brasileiro, o principal material utilizado nas argamassas de revestimentos era a cal, segundo Tinoco et al (2007). A cal é muito ativa e, por este motivo, não é encontrado em estado puro e livre na Natureza. Sua presença está aliada sob a forma de carbonatos, sulfatos, fluoretos, fosfatos, silicatos e boratos. O carbonato de cálcio ocorre como mármore, giz, pedra de cal e calcite; na forma de sulfato de cálcio surge na anidrita (CaSO4) e no gipso (gesso); o fluoreto de cálcio ocorre em fluorespatos e na fluorite (CaF2), enquanto o fosfato de cálcio se encontra na apatite; o cálcio ocorre também em numerosos silicatos e aluminossilicatos. As águas naturais, incluindo a água do mar, contêm normalmente sais de cálcio dissolvidos, como o carbonato e o sulfato de cálcio. Por este fato, vários organismos marinhos concentram depósitos de compostos de cálcio nas suas conchas e no seu esqueleto, como é o caso das ostras, cuja concha é constituída por carbonato de cálcio.

O mais importante para o gestor de restauro, além da apreensão destas composições químicas, é compreender que, a presença desse material, associado à areia, garantiu o percurso das antigas edificações na linha da história até os dias atuais.

A importância da cal não é apenas de ter sido utilizada nas argamassas, mas por ser um elemento compatível e de extrema confiança pelas suas características intrínsecas. O resgate sobre a produção da cal no período da conquista do território brasileiro, as suas principais características e aplicação na Arquitetura Brasileira, é disciplina indispensável nas aulas dos Curso de Gestão de Restauro: Estuque, Alvenarias e Revestimentos, Pinturas Parietais


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